Admito que fui assistir o tão falado Tropa de Elite cheio de preconceitos. Até mais do que quando chega algum CD na redação com um release pomposo de alguma assessoria fuleira. Mordi a língua. José Padilha acertou em cheio, e em todo mundo.
A mídia falou tanto do BOPE, mas não é nada disso. A mensagem vai muito além de um treinamento severo baseado em tapa na cara. O tapa atinge sem dó todos os estereótipos criados no filme. Por sinal, muito bem criados se formos comparar com a geração "globofilmes". Tropa de Elite, que chega quase a ser didático em alguns momentos, mostra uma rede de podridão que não envolve só polícia e traficante. Dono de padaria que suborna policial, mecânico envolvido com propina, universitário traficante, presidente de ONG atrás de plataforma política, político corrupto, capitão do BOPE descontrolado...todo mundo acaba levando sua parte.
Na minha opinião, quem leva o maior tapa nessas duas horas de porrada é em primeiro plano a classe média. Curiosamente, essa é a parcela que parece se mais se identificar com a violência criada pela "tropa de elite" e acaba tomando isso como mensagem. Talvez essa seja a única falha do filme. Através das falas do personagem Matias saem as principais críticas aos jovens que de alguma forma corroboram para todo esse sistema, no entanto, isso acaba se perdendo entre tantas cenas de ação com tiros, torturas e mortes.
O fato é que o filme não procura exaltar um personagem marcante, uma atitude heróica e nem nada hollywoodiano. O filme mostra que o buraco é mais embaixo. Pior. O buraco já atingiu a todos. Mesmo quem busca o "certo", como o capitão Nascimento, acaba fazendo isso de alguma forma no mínimo duvidosa.
Talvez a exposição prematura do filme na mídia tenha interferido de forma negativa para que tal reflexão seja explorada. Quantas vezes você já ouviu nas últimas semanas: "Eu queria ser do BOPE". Pois eu não.
A mídia falou tanto do BOPE, mas não é nada disso. A mensagem vai muito além de um treinamento severo baseado em tapa na cara. O tapa atinge sem dó todos os estereótipos criados no filme. Por sinal, muito bem criados se formos comparar com a geração "globofilmes". Tropa de Elite, que chega quase a ser didático em alguns momentos, mostra uma rede de podridão que não envolve só polícia e traficante. Dono de padaria que suborna policial, mecânico envolvido com propina, universitário traficante, presidente de ONG atrás de plataforma política, político corrupto, capitão do BOPE descontrolado...todo mundo acaba levando sua parte.
Na minha opinião, quem leva o maior tapa nessas duas horas de porrada é em primeiro plano a classe média. Curiosamente, essa é a parcela que parece se mais se identificar com a violência criada pela "tropa de elite" e acaba tomando isso como mensagem. Talvez essa seja a única falha do filme. Através das falas do personagem Matias saem as principais críticas aos jovens que de alguma forma corroboram para todo esse sistema, no entanto, isso acaba se perdendo entre tantas cenas de ação com tiros, torturas e mortes.
O fato é que o filme não procura exaltar um personagem marcante, uma atitude heróica e nem nada hollywoodiano. O filme mostra que o buraco é mais embaixo. Pior. O buraco já atingiu a todos. Mesmo quem busca o "certo", como o capitão Nascimento, acaba fazendo isso de alguma forma no mínimo duvidosa.
Talvez a exposição prematura do filme na mídia tenha interferido de forma negativa para que tal reflexão seja explorada. Quantas vezes você já ouviu nas últimas semanas: "Eu queria ser do BOPE". Pois eu não.
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